são pensamentos escarlate que se assenhoram de mim . atrocidades concebidas. pensei em estrafegar-te o coração. óh demência. a ti, tirar-te a ti. tu que me és tudo, tu que me fazes ebulir lágrimas, lágrimas quentes são as de felicidade, sabes? quando pedi que não me largasses juraste nunca fazê-lo mas que ideia obtusa foi essa? promessas destas são para ser atiradas ao vento e não lapidadas em vidas. resultam em mau karma quando quebradas. mas eu não aprendo, caramba.
25.4.11
16.4.11
8.4.11
medicamentos para doenças .
nada mais a dizer . |
7.4.11
descrição
6.4.11
amanhã
não, hoje não. hoje sou pasta de papel. letra de jornal que borra, risco a carvão. rosa em bruto e doce de caramelo. hoje o coração será substituído por algodão doce e caneta de aparo, envoltos em lírios azuis. serei rainha do reino dos que sofrem de personalidade limítrofe e sofreremos de ambivalência juntos. serei áspera ao toque e ácida ao paladar. arco-íris sépia e unicórnio laranja por entre prados azul ardósia. verei o Sol de pernas para o ar, só para arrufar com a gravidade. somos duas grandes meninas mimadas. ela puxa-me e eu resisto. andamos nisto desde que me conheço. sabes o que quero mais? quero engolir a lua. abocanhá-la de uma só vez. e quero que todos reconheçam, de uma vez por todas, que o céu é magenta.
5.4.11
amo-te
- são coisas do tempo em que me fazias bem, sabes pequenina?
- em que amor ainda era só uma palavra dita para aquecer corações, nada mais.
- mas amava-te mesmo.
4.4.11
nunca é o significado (:
- desapaixonei-me por ti.
- Como...?
- li nas entrelinhas e desqualifiquei expressões. tu não gostavas de mim. eram só grãos de afecto que acabaram queimando-me os olhos. amor das horas vagas, era o rótulo do meu frasco. o que arde cura, então o que queima acaba saturando. e saturou mesmo, acreditas? não hás de acreditar. nunca foste pessoa de me ceder algum crédito. nunca acreditaste em mim.
- quero-te de volta.
- eu sei. e sabes o que é que eu quero mesmo? olhar para baixo e ver o Sol a chorar sumo de morango. acho que ambos teremos de esperar, que o Sol anda ocupado. É ele e eu.
não vou voltar para ti, ando demasiado ocupada com outra pessoa . |
3.4.11
rasgões, moldagem .
- achas que as palavras são capazes de moldar ou rasgar afinidades de alma, jéjé?
2.4.11
funcionamento
Eu não quero falar para ti, em parte porque não o sei. porque tu és bem capaz de me dizeres que não gostaste que o tentasse fazer. é difícil, assim. é difícil, esta nossa amizade conturbada, cheia de falhas e retalhos. umas vezes somos muito menos que amigos, outras vezes somos mais. umas vezes sorrimos, outras lacrimejamos.infligimos dor um ao outro. umas vezes compreendemos, outras nem fazemos por compreender. funciona assim a nossa amizade disfuncional. funcionamos assim nós, sem o mínimo de nexo ou solidez. e talvez só funcionemos por todo este abismo que se cria e nos difere em todas as medidas possíveis. não me suportas, não te suporto.
e assim funcionamos, sem funcionar
1.4.11
« jéjé, é a tal realidade »
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