25.4.11

fade away .

são pensamentos escarlate que se assenhoram de mim . atrocidades concebidas. pensei em estrafegar-te o coração. óh demência. a ti, tirar-te a ti. tu que me és tudo, tu que me fazes ebulir lágrimas, lágrimas quentes são as de felicidade, sabes?  quando pedi que não me largasses juraste nunca fazê-lo mas que ideia obtusa foi essa? promessas destas são para ser atiradas ao vento e não lapidadas em vidas. resultam em mau karma quando quebradas. mas eu não aprendo, caramba. 



16.4.11

new!


                      
     a perfeição não esta em nós, mas sim no poder da natureza. 

8.4.11

medicamentos para doenças .


nada mais a dizer .
morfina para as pontadas do coração. aspirinas que se tomam para as enxaquecas de saudade. brufens para a solidão e bisturis dilacerando memórias. a minha doença? é a das almas perfuradas por bocadinhos de arco-íris. são flores virando pózinhos mágicos coloridos de onde se extraiem grãos de felicidade. são ataques cardíacos sucessivos. falta de oxigénio e afeição excessiva. neuropatias a dois. há também quem lhe chame amor, mas isso é a demência a falar. todos sabemos que o amor é hiperplasia. lúpus que inflama os tecidos do coração. seria tolo atribuir-nos o cognome. nós somos só porções de afecto prensado, inclinações de alma. de que nos vale, meu amor, se o coração não se exalta ?

7.4.11

descrição

- sabes descrever-me?
- bem, tu és bonito. invulgar, mas bonito. és muito calmo, gostava de ser mais como tu. e és mesmo bom a dar abraços. eu lembro-me que gostava muito dos teus abraços, sim.
- só isso? isso é tudo o que achas que sou?
- a mim já não me és nada.

nós? não existe nós, ahah .

6.4.11

amanhã

não, hoje não. hoje sou pasta de papel. letra de jornal que borra, risco a carvão. rosa em bruto e doce de caramelo. hoje o coração será substituído por algodão doce e caneta de aparo, envoltos em lírios azuis. serei rainha do reino dos que sofrem de personalidade limítrofe e sofreremos de ambivalência juntos.  serei áspera ao toque e ácida ao paladar.  arco-íris sépia e unicórnio laranja por entre prados azul ardósia. verei o Sol de pernas para o ar, só para arrufar com a gravidade. somos duas grandes meninas mimadas. ela puxa-me e eu resisto. andamos nisto desde que me conheço. sabes o que quero mais? quero engolir a lua. abocanhá-la de uma só vez. e quero que todos reconheçam, de uma vez por todas, que o céu é magenta.


5.4.11

amo-te

- são coisas do tempo em que me fazias bem, sabes pequenina?
- em que amor ainda era só uma palavra dita para aquecer corações, nada mais.
- mas amava-te mesmo.
- eu sei  


é assim, a lua a gritar sapos . 

4.4.11

nunca é o significado (:

 - desapaixonei-me por ti.
- Como...?
- li nas entrelinhas e desqualifiquei expressões. tu não gostavas de mim. eram só grãos de afecto que acabaram queimando-me os olhos. amor das horas vagas, era o rótulo do meu frasco. o que arde cura, então o que queima acaba saturando. e saturou mesmo, acreditas? não hás de acreditar. nunca foste pessoa de me ceder algum crédito. nunca acreditaste em mim.  
- quero-te de volta.
- eu sei. e sabes o que é que eu quero mesmo? olhar para baixo e ver o Sol a chorar sumo de morango. acho que ambos teremos de esperar, que o Sol anda ocupado. É ele e eu.



não vou voltar para ti, ando demasiado ocupada com outra pessoa .

3.4.11

rasgões, moldagem .

- achas que as palavras são capazes de moldar ou rasgar afinidades de alma, jéjé?
- as palavras não sei, mas os pronomes possessivos talvez. por exemplo, se deixasses de dizer 'óh minha jéjé' eu acho que ia chorar muito, porque tua é tudo o que sou.

amo-te Inês, minha bonequinha de carmim *-*


2.4.11

funcionamento

Eu não quero falar para ti, em parte porque não o sei. porque tu és bem capaz de me dizeres que não gostaste que o tentasse fazer. é difícil, assim. é difícil, esta nossa amizade conturbada, cheia de falhas e retalhos. umas vezes somos muito menos que amigos, outras vezes somos mais. umas vezes sorrimos, outras lacrimejamos.infligimos dor um ao outro. umas vezes compreendemos, outras nem fazemos por compreender. funciona assim a nossa amizade disfuncional. funcionamos assim nós, sem o mínimo de nexo ou solidez. e talvez só funcionemos por todo este abismo que se cria e nos difere em todas as medidas possíveis. não me suportas, não te suporto.
e assim funcionamos, sem funcionar

1.4.11

« jéjé, é a tal realidade »

jéjé, foi amizade ou amor?
- relação conturbada. amizade com forro. amor rendado. felicidade destilada. gostava de te dizer que foi uma 
amizade muito forte, mas não. não há amizade perdida que doa assim.


true love